quarta-feira, 24 de agosto de 2016

É PRESIDENTA, SIM...

 E DAÍ?

A PRESIDENTA OU A PRESIDENTE TEM UMA X NA QUESTÃO

Desde a possibilidade de eleição de Dilma Vana Rousseff começou um debate, “até sem muito sentido” para alguns poucos e muitíssimo interessante para maioria dos mortais. Com a história de termos a primeira mulher no comando da República até esquecia-se que já tivemos outra mulher no comando do Brasil.

Desvendando o mistério, li algumas argumentações e em um desses textos o autor indagava mais ou menos assim: se já tivemos uma Princesa e não uma Príncipe, por que não termos uma Presidenta ao invés de uma Presidente?

Por conseguinte, a recusa em chamar a revolucionária e a lutadora mulher Dilma Vana Rousseff de PresidentA, seria, então, uma espécie de machismo republicano?

Fui pesquisar e deparei-me com a chamada “lei de gênero” dos cargos públicos. A Lei Nacional nº2.749, de 05/04/1956. Projeto do senador Mozart Lago, sancionado pelo então mineiro, como ela, Dilma, Juscelino Kubitschesk de Oliveira, que a promulgou e a publicou quando as mulheres começaram a ocupar fortemente as denominações profissionais e os cargos públicos.

“Adiantadíssima” para a época e muito criticada por conservadores e machistas, mesmo por muitas mulheres, a mencionada lei diz que a linguagem ou “tratamento” de gênero prevalece nos cargos públicos e nas denominações profissionais. Daí juíza, professora, fraudadora, delegada, presidiária, enfermeira, funcionária, médica, promotora, soldada, empregada, reitora, caba, bandida, delegada, maconheira, comerciária, servidoras, trabalhadoras em geral etc..

Aliás, sempre ouvi falar em a esposa e não em a esposo; em a viúva e não em a viúvo. Apesar de dizer-se o marido e não a marida, e menos ainda a marido. Em o ... E não em ...

Portanto, a partir de agora e sabendo que nas palavras terminadas em “ente” não se adquiriu o costume de flexioná-las em gênero, as minhas cartas irei dirigi-las à presidenta Dilma Vana Rousseff, desconfiando, que estarei legalmente garantido, apesar das demais concepções ilegais, mas tão legítimas, como a Presidenta.

Eita positivismo arretado!

Até porque por volta de 1899, final do Século XIX, o filólogo António Pereira Cândido de Figueiredo já consignar e grafar em seu famoso Dicionário: Presidenta, mulher que preside, neologismo; feminino de presidente. Algo histórico, como diz determinada jurista, os fatos existem e a lei os regulamenta.

Por conseguinte, senhora ex-candidata, dentro do possível, fiz sua campanha nos dois turnos e neles votei com prazer em Vossa Excelência, pois acredito na vossa gestão e nas das nossas ministras ou seriam as ministrOs da PresidentA?

Esse pomo de discórdia machista é meu velho conhecido. Desde quando a contadora doutora Vanda Malaquias ou a servidora do INSS, Marly Messias, no lembro, foi eleita para Presidência do Diretório Acadêmico da Fadom, em Divinópolis, Minas Gerais, onde estudamos Direito, na segunda metade da década de 80.

Naquela época, existia o jornal acadêmico “Atuação” e quando eu escrevia algum texto e mim referia à PresidentA, baseado no Dicionário, ou pronunciava “Presidenta do Diretório Acadêmico Francisco Campos”, da Fadom, quase era linchado. Amenizando, criticando.

Pensava...

Então, por que tanta discórdia?

Não sabia!

Mas...

Até à atualidade, a misoginia está presente. Se depender de mim, logo acabará.

Porém...

Desconfio que seja algo bem machista, como quaisquer outras violências contra, você, mulher. Contra tu, Dilma e demais transformadoras.

Aliás, por que, então, não dizer a homem?

Aleluia!

Daí: Feliz Ano Novo para você quem lê essas coisas...

Bem... com a eleição de uma vereadora para Presidenta da Câmara Municipal, gostaria de estar debatendo se a administração dela e sua atuação no Legislativo seria diferenciada, da de nós, homens. Parece que não! Mas...

Ela, como nós, somos animais humanos. Pode enganar-se.

Mas o mais triste é que o debate é como ela, presidentA, será tratada institucionalmente. Pelo que ouvi dizer, ela quer ser Presidente.

Vixe!

No entanto, peço-lhe licença para dizer-lhe: “Vossa Excelência é minha Presidenta”, querendo ou não.

       Atualizando a discórdia mais uma vez. “Até com femininas”!

     Mais recentemente, o nobre Professor de Língua Portuguesa, Pascale Cipro, não deixou por menos. Tacou-lhe, presidentA! -

https://onguedeolho.blogspot.com/2016/08/brasil-tem-uma-presidenta-assumida-e.html

       Ademais, para nós trabalhadoras e trabalhadores, Getúlio Dornelles Vargas, de São Borja, no Rio Grande do Sul, vive.

 >Produção: Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos – imeio: ongedeolhoss@bol.com.br – blogue: onguedeolho.blogspoto.com.
Redação: Paulo Bomfim - Integrante desta Ongue, do PT, da Abraço-AL, do Foccopa e das lutas
Data: Natal de 2010
Local: Camaratuba, onde tenho o imbigo enterrado ao pé do mourão, “prá dá sorte”, dizia a minha madrinhavovó, possivelmente esperando que o neto se tornasse fazendeiro ou “criador de gado”, como ela também afirmava.
Publicação: https://onguedeolho.blogspot.com/2010/12/presidenta-ou-presidente-tem-uma-x-na.html
Atualização: em 2014 e 24-08-2016

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