segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Saúde2014-Balancetes-Parte2-IRREGULARES NO USO DOS DINHEIROS DA SAÚDE TÊM FORTES INDICATIVOS, SEGUNDO ANÁLISES DOS BALANCETES DE 2013 E DE 2014

Em continuação à parte1 (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2014/12/saude2014-balancetes-parte1-irregulares.html) verificam-se irregularidades as mais diversas. A primeira delas – diríamos - é a administração deixar passar mais de um ano para apresentar os balancetes, sempre pedidos, ao Conselho Municipal da Saúde (CMS) e mesmo assim só após uma ação concreta perante o PRM-Arapiraca-MPF, com a protocolização de uma representação (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2014/09/saosebastiao2014-cms-representacao-e.html).

O atraso foi comunicado por esta Ongue ao Tribunal de Contas Estadual (TCE), que emite parecer prévio sobre a (ir)regularidade das contas, e ao Ministério Público de Contas (MPC). No documento, alerta-se às referidas instituições que a prestação de contas geral (ou Balanço Municipal) foi feita e entregue aqueles órgãos de fiscalização sem que o CMS apreciasse as contas setoriais da saúde, caracterizando-se uma segunda irregularidade.  

Uma possível terceira irregularidade poderá ser verificada quando da apreciação da documentação que resultou em cada balancete. Na aprovação do orçamento de 2013, no final de 2012, foi aprovado o valor de cada despesa e uma suplementação “automática” de 60% de cada dotação orçamentária.

No entanto, nos balancetes apresentados ao CMS aparecem valores absurdamente superiores ao referido percentual, em diversas dotações, sem que a sociedade saiba se a Câmara Municipal (CM) aprovou algumas outras leis de crédito adicional suplementar ou se as despesas foram feitas e os seus valores incluídos em cada balancete, sem a determinação da CM, o que já seria uma quarta irregularidade. Vendo-se o balancete de dezembro de 2013, alguns exemplos dão clareza aos fatos:

Elemento e nome da despesa

Valor inicial da despesa fixada na LOA

Percentual da suplementação aprovada na LOA (60%)

Valor da suplementação informado no balancete

Percentual da suplementação no balancete

Diferença dos percentuais da suplementação Inicial (60%) e final

Diárias - Pessoal Civil

3.574,00

2.144,40

5.250,00

146,89%

86,89%

Pessoa Física

22.941,00

13.764,60

60.914,72

265,53%

205,23%

Equipamentos e Materiais Permanentes

13.096,00

7.857,60

85.149,30

650,19%

590,19%

Academia de Saúde

100.000,00

60.000,00

150.794,73

150,79%

90,79%

Contratação por prazo determinado

267.624,00

160.574,40

900.744.07

336,57%

276,57%

No balancete de maio de 2013 teve suplementação cujo percentual foi 2.013,46%, já deduzida a suplementação inicial de 60%. Um valor de R$10.733,00 tornou-se R$222.058,02.

Também não se conhece o teor do decreto municipal que anulou inúmeros créditos orçamentários. Alguns impensáveis para uma administração responsável.

R$56.737,19 foram retirados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Será que a gestão não sabe a importância do Samu? E os conselheiros da saúde continuarão na pindaíba. R$17.000,00 foram tirados do próprio Conselho Municipal da Saúde, apesar do mesmo está complemente desestruturado. Sequer conta com uma calculadora ou cadeiras para os conselheiros sentarem. Essas tristes realidades e ações administrativas foram verificadas no balancete de agosto de 2013. O texto continuará na parte3.

Produção Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos – Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br – Blogue: onguedeolho.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim (Conselheiro Municipal de Controle Social)

Fontes: Lei Orçamentária Anual de 2013 e Balancetes mensais de 2013

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