quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

SãoSebastião2014–Texto3º: Duodécimo de cada função de governo no montante do dinheiro municipal

Continuando ao Texto2º (.....), neste Texto3º você saberá qual é o duodécimo mensal, por cada função administrativa ou função de governo. Segundo o projeto da Lei Orçamentária Anual (pLOA) para 2014, o valor da movimentação financeira a ser fixada pela Câmara Municipal (CM), se não sofrer nenhuma emenda legislativa, será de R$102.679.418,80, para as duas funções do poder político municipal. Este formal poder municipal tem duas funções básicas: a executiva e a legislativa.


Inicialmente, o montante é dividido pelos dois poderes. Em 2014, a função legislativa ficará com R$2.338.875,00. Está valor é conhecido como “o duodécimo legislativo”. Ele é repassado pela Prefeitura à Câmara em parcelas mensais, até 20 de cada mês. Este duodécimo poderá ser gastado como a própria CM decidir, desde que na decisão seja observada a legitimidade e a legalidade no uso do dinheiro legislativo, naturalmente.

A função executiva, que administra, ficará com exatos R$100.340.543,80. O Poder Executivo, por sua vez, divide-se por cada Secretaria Municipal ou outra espécie do órgão municipal, como o Instituto de Previdência e de Assistência Municipal (Ipam). Daí o Executivo fazer a divisão do montante que lhe toca pelo número de suas Secretarias e demais órgãos municipais, se existentes. Nessa divisão, praticamente não há critérios prévios ou prioridades de interesses do povo a ser observados pela Prefeitura e pela CM. São critérios discricionários (praticamente só dependentes da vontade de quem vai decidir, apesar de atualmente já haver uma forte compreensão de que a decisão deve atender ao “interesse público”, sob condição de tornar-se nula), exceto quanto aos chamados “recursos vinculados” para a saúde, ensino ou assistência social, por exemplo.
 
Portanto, na tabela2, abaixo, referente à divisão do montante do Executivo por suas Secretarias e Ipam, você lerá quanto cabe a cada uma dessas “unidades administrativas”. Apesar da Prefeitura e da CM, cometendo irregularidades, não divulgarem estas informações, elas são muito importantes, pois darão a você, bem como a toda a comunidade, a possibilidade de apresentar as suas reivindicações por melhores e mais políticas públicas, que em palanque eleitoral todos dizem que irão atender.

Portanto, mexa-se!

         Tabela2 – Duodécimo de função administrativa, já considerando-se também o CAS

Valores determinados para cada função de governo em 2014
Inicialmente fixado
Crédito adicional suplementar de 40%
Montante total orçamentado
 
Câmara Municipal
1.670.625,00
668.250,00
2.338.875,00
Gabinete do Prefeito
950.000,00
380.000,00
1.330.000,00
Secretaria de Administração
1.950.000,00
780.000,00
2.730.000,00
Secretaria de Finanças
1.719.660,00
687.864,00
2.407.524,00
Secretaria da Saúde
18.234.414,95
7.293.765,98
25.528.180,93
Secretaria de Educação
27.495.707,85
10.998.283,14
38.493.990,99
Secretaria de Agricultura
750.000,00
300.000,00
1.050.000,00
Secretaria de Viação e Obras
6.031.086,80
2.412.434,72
8.443.521,52
Assistência Social
3.555.855,00
1.422.342,00
4.978.197,00
Secretaria de Esportes e Lazer
250.000,00
100.000,00
350.000,00
Previdência Social (Ipam)
7.925.092,00
3.170.036,80
11.095.128,80
Secretaria de Serviços Urbanos
1.500.000,00
600.000,00
2.100.000,00
Secretaria de Cultura e Turismo
1.310.000,00
524.000,00
1.834.000,00
Total do Orçamento para 2014
73.342.442,00
29.336.976,80
102.679.418,80
Produção: Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos - Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br - Blogue: ww.onguedeolho.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim e Mateus Bomfim
Fonte: Projeto da Leio Orçamentária Anual de 2014
Data: 25-11-2013

Acredita-se que se tivessem sido realizados um público diagnóstico municipal e as obrigatórias audiências públicas pela Prefeitura, com certeza, a natureza e o montante de cada gasto seriam modificados, pois a população decidiria por outras prioridades. Essas ilegalidades tornam o orçamento de 2014 ilegítimo e até ilegal mesmo. No entanto, faltam as ações de combate à impunidade e à ilegalidade por parte do Tribunal de Contas Estadual (TCE) e da Promotoria de Justiça desta Comarca, motivo por que são atitudes reiteradas das administrações Zé Pacheco-Charles Requeira, apesar das várias comunicações feitas a essas instituições por esta Ongue e outras entidades.

Também não existem indicativos algum de que a CM conserte as ilegitimidades e as ilegalidades, se considerar-se suas atitudes anteriores, bem como a ilegalidade já praticada por ela mesma, conforme enfatizado no Texto1º. Tudo está a indicar que o pLOA será aprovado sem emenda legislativa alguma, apesar de algumas associações comunitárias estarem conversando no sentido de fazerem alguma emenda, indicando as necessidades da respectiva comunidade.

A divulgação dos altos valores por esta Ongue sempre tem causado forte impacto no povo são-sebastiãoense, que passa a fazer os mais diversos questionamentos de o porquê do não atendimento das suas reivindicações, muitas delas algo de promessas durante a campanha eleitoral.

Piorado, se comparado a seus anteriores, o pLOA de 2014 utiliza aspectos indeterminados, com o claro objetivo de dificultar ou de impossibilitar a fiscalização pelo povo, bem como o controle social, seja institucional ou seja popular. Então, o pLOA de 2014 retira praticamente todas as possibilidades de implementação da transparência administrativa, negando o definido por todos e todas que participaram da 1ª Conferência Municipal de Controle Social.

Considerado o acréscimo de 40% do crédito adicional suplementar, o pLOA informa os dinheiros para “Atividades” ou “custeio” ou “manutenção”, no importe de R$72.520.095,20; para “Projetos” ou “investimentos”, são R$29.011.799,60, bem como para “Operações Especiais” ou “Serviço da Dívida Interna” ou pagamento de juros, amortização da dívida etc. são R$1.147.524,00.

É esse conhecimento dos valores que permite ao povo elaborar críticas, exigir melhorias nas políticas públicas e fazer autodiagnostico, apresentando as suas próprias emendas à CM e à Prefeitura, havendo, inclusive, um crescente sentimento da má atuação da CM, que tem levado a fortes reclamações da comunidade aos 12 vereadores e a vereadora.

A falta de uma política criteriosa e transparente de marcação de exames, por exemplo, traz muitas reclamações contra a administração. Algo que poderia ser evitado com uma melhor gestão, posto na faltar dinheiro na Secretaria de Saúde, que tem o 2º duodécimo municipal.

Também a ciência do contínuo aumentar da arrecadação municipal e de sua completa movimentação financeira, permite à população posicionar-se para exigir mais e melhores serviços públicos municipais, além de questionar a prioridade e a legitimidade dos gastos municipais e legislativos.

No entanto, essa análise qualitativa dos gastos e a respectiva comparação com anteriores, possibilitam o surgimento de diversas entidades interessadas em conhecer o orçamento municipal e debater a correção e legitimidade dos gastos.

Esses debates servirão de conteúdo para o Texto4º que será publicado na sequência deste, permitindo verificar alguns outros aspectos do pLOA de 2014.




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