Recentemente,
em Jirau do Ponciano, onde vive e convive a minha mamãe, participava de mais
uma preparação para a realização de mais uma edição do Sobam (Seminário sobre Orçamento
e Balanço Municipais), após as eleições municipais de outubro.
Dentre
outros, um tema será “Estender a Toda a Sociedade a Luta pela Democratização e
Produção da Comunicação”.
Durante
as falas sobre a necessidade de universalizar a compreensão sobre o tema, alguém
pergunta o porquê de os colunistas de jornais alagoanos praticamente não
escrevem sobre as malezas alagoanas e principalmente sobre os seus produtores e
responsáveis.
Esses
colunistas quase sempre escrevem nas páginas de “Opinião” e focam temas
variados, mas quase sempre de forte substrato político ou mesmo só eleitoral.
Percebi a surpresa de algumas pessoas presentes e constatei que a maioria nunca
leu alguns desses colunistas. Até alguns que eu os considero dos mais importantes,
na dimensão da evolução dos direitos humanos.
Realmente,
a grande maioria dos escritos desses colunistas foge do debate sobre as
questões alagoanas. Silenciam totalmente sobre quem são os produtores das
malezas e os responsáveis sobre os péssimos índices das políticas públicas. Os
jornais alagoanos, além de trazerem notícias produzidas por conhecidas e
distantes fontes, publicam sempre artigos que tratam de algo “de fora” ou de
temas alheios à problemática alagoana, bem como são blindantes quanto a
divulgarem os nomes dos responsáveis, permitindo até que estes façam forte
discurso contra as malezas e tudo continua.
Reflexivamente,
provoquei: “Por que eles fazem isso?”
A
resposta da professora presente foi certeira e surpreendeu-me. Em escrito - o
mais verdadeiro que a memória permite - reproduzo-a, “Porque esses colunistas
são escolarizados e muitos deles os próprios responsáveis sobre os tais
índices; também compõem a elite alagoana e muitos vivem à custa do dinheiro
público estadual e municipal alagoanos, e por serem amigos, eleitores e
correligionários dos causadores das malezas, produzem desonestidade ética e
ficam constrangidos em dar nome aos bois.”
A
questão e a resposta focadas são fatos. Algo verdadeiro, podendo ser constatado
por todos e todas que leem os artigos. Realmente preferem escrever sobre a bem
distante realidade alagoana e assim omitir os nomes dos responsáveis pela mesma.
E,
portanto, nada a mudar!
No
entanto, a resposta da professora de Geografia deixa-nos uma completa reflexão
e a permanente necessidade de perceber o esperançar no amanhã talvez, diria
algum poeta.
>José
Paulo do Bomfim – reside em São Sebastião e
trabalha em Santana do Ipanema; como voluntário, facilita o Curso de Noções
sobre Direito Previdenciário e Direito Assistencial; texto escrito em 8-9-2012.
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