DO ORÇAMENTO MUNICIPAL, DE QUASE R$2
MILHÕES, E DO AUXÍLIO EMERGENCIAL, DE QUASE R$269 MIL, PRÁ CULTURA DESTE
TORRÃO.
Dando
sequência aos debates anteriores (http://onguedeolho.blogspot.com/2020/07/3-reuniao-da-cam-continua-o-debate.html) a CAM
(Comissão de Artistas e de Artesãos Municipais) e artistas e artesãos voltaram a
se reunir ontem à noite, no Cecusa (Centro Cultural Salomé) para debater os
interesses das categorias profissionais.
O
escândalo dessa reunião foi algo tragicômico. O escândalo decorre da mentira
dita pelo Secretário Municipal de Cultura, Luiz Carlos do Nascimento, que teve
a coragem de dizer a interlocutores que não sabia que existia guerreiro em São
Sebastião. Impossível ou “absurdo o Luiz não saber do guerreiro” em São
Sebastião.
O que
está por trás da inverdade dita pelo Secretário os presentes já desconfiam ou
mesmo sabem, eis que todos os presentes tinham uma opinião. Praticamente todos
entendem que “querem gastar o dinheiro escondido, na eleição”, disse um dos
presentes.
Há
muito tempo se sabe que os dinheiros da cultura são alto. Para 2020, o
Orçamento Municipal (OM) ou a LOA (Lei Orçamentária Anual) demonstra haver muito
dinheiro: R$1.924.582,80.
Além desse
dinheiro do OM, há o dinheiro extra do Auxílio Emergencial Cultural (AEC) no
montante de R$268.129,03. Os 2 montantes somam: R$2.192.711,83. Não há dúvida
de que se esses quase R$2 milhões e R$193 mil reais fossem bem utilizados e houvesse
transparência dos gastos, todos os artistas e todos os artesãos municipais estariam
numa situação socioeconômica muito melhor. Não estariam passando por tamanhas
necessidades. Até mesmo para alimentar-se.
A
transparência no uso dos dinheiros da cultura foi um dos temas debatidos pelos
presentes. Essa grande preocupação com a transparência tem um motivador muito
claro. No Orçamento Municipal de 2018, o dinheiro orçamentário para a cultura
foi de R$2.894.410,40.
Mas não
se sabe como os quase R$2 milhões e R$900 mil reais foram utilizados. Segundo o
Tribunal de Contas, a administração disse que gastou R$1.246.125,77, com
cultura, em 2018. Mas quais os artistas e quais os artesãos se beneficiaram
desse dinheiro da cultura? Como esses quase R$1 milhão e R$247 mil foram
gastos?
Qual fim levaram os outros R$1.648.284,63 da cultura? São perguntas a responder. Como temos muitos
universitários no Município São Sebastião poderia alguns deles fazerem um
estudo, um TCC, por exemplo, sobre isso. Fica a sugestão e podemos colaborar.
Os
dinheiros extras do AEC divididos por todos os artesãos e por todos os artistas
gerariam uma boa renda para cada um deles e cada uma delas. E, além deles,
ainda há os dinheiros do OM. Portanto, dinheiros não faltam.
A CAM
continua a fazer o levantamento de todos os artistas e os artesãos, bem como
quem tem direito e quem não tem, e situações que são duvidosas e precisam ser
melhor analisadas. Na 4ª reunião, acontecida ontem, à noite, foram lembrados
ainda de diversos artistas ou de artesãos que precisam receber esse dinheiro do
AEC.
O
resultado desse trabalho da CAM vai ser levado ao Secretário, em uma audiência com
a presença de todos os artistas e os artesãos que quiserem comparecer a mesma. A
audiência será oficialmente solicitada pela CAM para que todos e todas que tenham
interesse fiquem sabendo e possam participar.
A
Comissão também analisa solicitar a vereadores a propositura de uma lei
municipal, como já ocorre em outros municípios, para melhor tratar da questão
dos dinheiros do AEC, especificamente, bem como da utilização dos dinheiros do
OM para a cultura.
Enfim,
na pior das situações, o AEC já serviu ao menos para todos os artistas e todos
os artesãos saberem e se conscientizarem que a cultura tem muito dinheiro,
apesar de ser tão desprezada.
Redação:
Paulo Bomfim
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