domingo, 31 de maio de 2015

SãoSebastião2015-Parte9-MONTANTES DE CRÉDITOS ADICIONAIS ESPECIAIS NOS BALANCETES DA SAÚDE SINALIZAM IRREGULARIDADES NA RESPECTIVA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Continuando-se a parte8 sobre a análise dos balancetes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsau), retoma-se o debate sobre os montantes e os percentuais dos créditos adicionais especiais (LCA) que apresentam indícios de irregularidades na prestação de contas da saúde de 2014. Indícios já existentes também nos balancetes correspondentes à prestação de contas de 2013, que também não teve a sua documentação mostrada à população ou mesmo somente ao Conselho Municipal de Saúde (CMS).

 Lembra-se que apenas os balancetes de janeiro a abril de 2013 foram aprovados pelo CMS na reunião de 23-07-2013, por maioria de votos, conforme matéria publicizada na época por esta Ongue de Olho em São Sebastião em seu blogue (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2014/07/saosebastiao2014-conselho-municipal-de.html). Todavia, os balancetes de maio a dezembro de 2013 sequer não foram votados pelo CMS. Então, o que teria sido feito com os respectivos balancetes? Para tentar obter a respostar a Ongue remeteu documento ao Tribunal de Contas Estadual (TCE) e à Controladoria Geral da União (CGU), bem como ao Ministério Público, Nacional e Estadual,  também haverá comunicação. 

Conforme a parte4 (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2015/05/saosebastiao2015-parte2-sinais-de.html), os indícios de irregularidades levaram à rejeição da prestação de contas da saúde de 2014, como anteriormente noticiado no blogue desta Ongue e de matéria distribuída na feira livre, na Banca da Leitura e na rádio comunitária Salomé FM, 105, 9 MHz  (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2015/05/saosebastiao2015-balancetes-da-semsau.html).

A rejeição aconteceu porque a administração não apresentou a documentação que comprove os gastos externados nos balancetes. São gastos que teriam que ser determinados pela CM por intermédio de leis municipais de créditos adicionais especiais (LMCAE).

Durante a reunião que resultou na rejeição da prestação de contas de 2014 e, infelizmente, depois de muita discussão, a administração apresentou apenas uma LMCAE, que abriu crédito de R$20 mil reais para “Rateio pela Participação em Consórcio Público”. O referido valor seria gasto em duas rubricas, uma de R$5 mil e outra de R$15.000,00. Todavia, no balancete de dezembro-2014, os gastos pularam para R$234.254,61. A administração não comprovou como gastou os outros R$214.254,61 ou mesmo se as LMCAE que teriam gerado a enorme diferença foram aprovadas pela CM.

Outras LMCAE também teriam que ser aprovadas pela CM para se não “moralizar” ao menos “legalizar” os gastos da administração. Se aprovados, as leis não foram divulgadas à população e nem mesmo as atas das sessões, ordinárias ou extraordinárias, da CM. Leia montantes que aparentam irregularidades nos balancetes de 2014.

Nomes

das

despesas

Valor inicial

do

gasto

Suplementação aprovada

 por LMCAE (lida)

Valor do gasto  informado

no balancete

Diferença dos gastos

Se não tiver LMCAE a irregularidade está confirmada

Diárias de Pessoal Civil

00,00

00,00

40.404,00

 

Cadê a LMCAE?

Auxílio à Pessoa Física

00,00

00,00

161.340,00

 

Cadê a LMCAE?

Aquisição de Imóveis

00,00

00,00

3.000,00

 

Cadê a LMCAE?

Vencimentos e Vantagens

00,00

00,00

71.658,73

 

Cadê a LMCAE?

Serviços Pessoa Física

00,00

00,00

15.000,00

 

Cadê a LMCAE?

Despesas Exerc. Anteriores

00,00

00,00

31.885,88

 

Cadê a LMCAE?

Contrato Determinado

00,00

00,00

60.000.00

 

Cadê a LMCAE?

Obras e Instalações

00,00

00,00

2.047.60

 

Cadê a LMCAE?

Consórcio Público

00,00

20.000,00

234.254,61

214.254,61

Existem outras LMCAE?

Portanto, se alguém não quiser se deixar ludibriar, deve exigir que a administração comprove documentalmente a real existência dos gastos. Primeiro com a aprovação, sanção, promulgação e publicação da LMCAE; segundo, com a nota fiscal e recibo do pagamento, além do procedimento concorrencial de cada compra.  

Além dessas irregularidades, quando se analisar a documentação para se saber se gastos foram feitos de forma correta, centenas de outras irregularidades poderão aparecer, como têm constado o Ministério Público, Estadual e Nacional, a CGU e o Tribunal de Contas da União (TCU) em diversas investigações. Exemplos são vários: tem imóvel de R$3 mil aqui? Cadê a escritura do mesmo? Quem são as pessoas que receberam auxílios que somam R$161.340,00? Além dos nomes dessas pessoas, tem LMCAE aprovada pela CM? Foram nomeados concursados? Ou com quem foram gastos R$71.658,73, com “Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil”?

Enfim, as suspeitas de irregularidades sobre os gastos acima mencionados só serão confirmadas ou só serão dissipadas quando o CMS e a população tiverem acesso à toda a documentação que embasou a elaboração de cada balancete mensal.
O texto continua na parte10.
>Produção: Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos – Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br – Blogue: onguedeolho.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim (Conselheiro Municipal de Controle Social)

Fonte: Lei orçamentária anual (LOA) de 2014 e balancete da saúde de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário