quarta-feira, 13 de maio de 2015

SãoSebastião2015-Parte2-SINAIS DE IRREGULARES NO USO DOS DINHEIROS DA SAÚDE SÃO MUITOS E ABRANGEM DIVERSOS ASPECTOS CONFORME INDICAM OS BALANCETES DA SAÚDE DE 2014

Em continuação à parte1 desse texto, verificam-se as mais diversas irregularidades. Como e por que a administração deixar passar tanto tempo para apresentar os balancetes ao Conselho Municipal da Saúde (CMS)?

Tudo indica que é para que os mesmos sejam aprovados às pressas e sem que os conselheiros e conselheiras tenham condições de fazerem uma minuciosa análise sobre os gastos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsau).

O CMS não pode cair no engodo e se deixar enganar, assumindo uma responsabilidade que não é sua. Os balancetes representam apenas um resumo da prestação de contas. A prestação de contas em si é arquivo com um conjunto enorme de documentos, que engloba inclusive os próprios balancetes e balanço.

Assim, antes de votar os balancetes, aprovando-os ou não, e se tomar os necessários cuidados e precaver-se de futuras responsabilidades, o Conselho pode determinar a realização de um parecer contábil-jurídico ou uma auditoria pela instituição ou empresa que escolher. Pode também pedir um parecer do próprio Tribunal de Contas Estadual ou da Controladoria Geral da União (CGU) ou do mesmo do Tribunal de Contas da União, já que os dinheiros em sua maioria são nacionais.

Esse parecer contábil-jurídico, com certeza, descreverá o que está correto, mas também as diversas irregularidades existentes. Algumas delas, uma análise superficial dos balancetes já as demonstra.

Por exemplo, algumas irregularidades são a inexistência de leis de créditos adicionais suplementares (LMCAS), eis que determinados montantes foram determinados pela Câmara em um valor, mesmo considerando o crédito adicional suplementar aprovado automaticamente pelos vereadores, mas resultaram em montantes muito superiores. Esse é um tipo de irregularidade que não deve ser aprovado pelo CMS, a não ser que o parecer contábil-jurídico conclua que cada lei municipal foi aprovada pelo Câmara.

Um outra irregularidade imediatamente apontada pelos balancetes é a inexistência de lei municipal de crédito adicional especial (LMCAE). A aprovação dessa lei é necessária, quando o orçamento aprovado não determinou algum tipo de gasto. No entanto, a administração quer fazê-lo ou é obrigada a fazê-lo, por algum motivo. Daí precisar aprovar-se uma lei de crédito adicional especial para que o gosto seja realizado.

Na tabela abaixo, leia algumas aparentes irregularidades apontadas nos balancetes de 2014. Será quem tem coragem de aprovar isso, mesmo sendo até aliado eleitoral da administração?

Elemento e nome da despesa

Valor inicial da despesa aprovada ou  NÃO

Suplementação aprovada automaticamente pelos vereadores: 40%

Valor do gasto  informado no balancete

Percentual da suplementação no balancete

Se não tiver LMCAS ou LMCAE a irregularidade está confirmada

Diárias de Pessoal Civil

2.800,00

1.120,00

9.563,60

341,56%

Existe a LMCAS?

Auxílio à Pessoa Física

00,00

00,00

23.130,00

 

Existe a LMCAE?

Aquisição de Imóveis

00,00

00,00

3.000,00

 

Existe a LMCAE?

Material Permanente

47.950,00

19.180,00

70.000,00

145,99%

Existe a LMCAS?

Contrato Determinado

50.554,00

20.221,60

589.389.59

1.165,86%

Existe a LMCAS?

Obras e Instalações

60.000,00

24.000,00

139.563.67

232,61%

Existe a LMCAS?

Consórcio Público

00,00

00,00

93.879,08

 

Existe a LMCAE?

Eis uma pequena amostra de fortes indícios de irregularidades. Se não houver lei municipal aprovada, as irregularidades apontadas estão confirmadas.

Além dessas irregularidades, quando se analisar se os gastos foram feitos de forma correta, centenas de outras irregularidades aparecerão, como tem constado o Ministério Público Estadual e a Controladoria Geral da União em diversas investigações.

O texto continuará na parte3.

Produção Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos – Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br – Blogue: onguedeolho.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim (Conselheiro Municipal de Controle Social)
Fontes: Lei Orçamentária Anual de 2014 e Balancetes da Saúde de 2014

Data: 05-05-2015

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