Debatedores
do Fórum Brasil de Comunicação Pública foram unânimes em defender, nesta
quinta-feira (13), o fortalecimento dos meios de comunicação pública no País. O
evento foi organizado pela Frente Parlamentarpela Liberdade de Expressão e
Direito à Comunicação com Participação Popular, em parceria com a Secretaria de
Comunicação da Câmara.
“O Brasil
precisa de televisões públicas independentes, democráticas e apartidárias”,
afirmou o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson
Breve. Segundo ele, as TVs públicas ajudam a formar a consciência crítica da
população e a formar cidadãos. Para ele, a sociedade brasileira precisa
pressionar o governo pelo fortalecimento da comunicação pública, já que é caro
fazer comunicação.
“Senão, o
dinheiro vai para outros setores, como saúde, educação e segurança pública,
onde também falta dinheiro”, disse. “Mas, sem a comunicação pública, todo esse
resto está comprometido, a democracia está comprometida.”
O
presidente da Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub), Orlando
Guilhon, ressaltou que comunicação estatal e pública são diferentes e que a
população brasileira não entende essa diferença. Para ele, um dos motivos por
que isso ocorre é a falta de regulamentação do artigo da Constituição que trata
dos sistemas público, estatal e privado.
Para ele,
deveria haver uma divisão entre os três sistemas, com 33% do espectro de
radiofrequência sendo reservado para cada sistema. Este, destacou, é um dos
pontos do Projeto de Lei de Mídia Democrática, elaborado pela sociedade civil.
Entidades da sociedade civil recolhem assinaturas para apresentar ao Congresso
a proposta de iniciativa popular (paraexpressaraliberdade.org.br).
Participação
social
A
coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC),
Rosane Bertotti, também defendeu o fortalecimento do sistema público de
comunicação. Entre os desafios, citou o aumento da transparência e da
participação social nesses meios e o respeito aos direitos dos funcionários.
Além
disso, defendeu a regulamentação econômica dos meios privados de comunicação,
tal qual prometido recentemente pela presidente da República Dilma Rousseff.
Para ela, essa regulamentação deve incluir o fim do monopólio e da propriedade
cruzada nos meios. “Liberdade de expressão só existe quando a comunicação é
regulamentada”, disse.
“Espero
que a presidente, no novo mandato, tenha mais carinho com o campo público da
comunicação”, completou a presidente do Conselho Curador da EBC, Ana Fleck.
Durante o
evento, funcionários da EBC protestaram, com cartazes, contra a terceirização
do trabalho na empresa e contra o descumprimento do acordo coletivo de
trabalho. Eles defenderam ainda um plano de cargos e salários que valorize os
funcionários da EBC.
http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/2014-1/novembro/debatedores-defendem-fortalecimento-da-comunicacao-publica-do-pais/view
Nenhum comentário:
Postar um comentário