Os movimentos sociais, de um modo geral, e o
sindical, em particular, como representantes, articuladores e defensores dos
interesses dos setores organizados da sociedade, têm a obrigação de participar
ativamente do processo eleitoral. Afinal, é nele que estão em disputa projetos
de governo e de poder que afetam positiva ou negativamente os direitos e
interesses da maioria do povo brasileiro.
As eleições gerais são o momento em que,
simultaneamente, se elegem os representantes e se definem os projetos e
programas de governo. Ou seja, é a oportunidade de influir na definição e
legitimação das propostas e programas ou diretrizes a serem implementados pelos
futuros governantes e legisladores.
É o momento de optar entre o atual governo, que faz
justiça social sem vender patrimônio, sem reduzir direitos nem transferir a
conta da crise internacional para os mais pobres, e outros projetos já
conhecidos, que fazem o contrário, ou novos, que podem ou não continuar com a
política de inclusão social.
A participação dos movimentos sociais no processo
eleitoral, inclusive com apoio explícito a candidatos, partidos e projetos de
governo, é absolutamente legítima e necessária, até para fazer o contraponto
aos agentes econômicos e de mercado, que financiam campanhas e apoiam
candidatos identificados com seus ideais, em geral opostos aos dos movimentos
sociais.
O embate nos próximos quatro anos será intenso, com
ou sem a vitória da presidenta Dilma. Se reeleita, precisará de base política e
social para enfrentar as forças conservadoras, que tentarão boicotar seu
governo, como tem feito parcela do empresariado, da oposição e da mídia nesse
período pré-eleitoral. Se, eventualmente, for eleito alguém identificado com o
projeto neoliberal, é preciso resistir ao desmonte das conquistas econômicas e
sociais do país.
A título de ilustração, basta dizer que na
legislatura do Congresso Nacional que termina em janeiro de 2015, a bancada
sindical conta com 91 representantes – 83 deputados e oito senadores –,
enquanto a empresarial soma 273, praticamente o triplo. Se não houver um
esforço na campanha para ampliar a bancada sindical, mesmo que a presidenta
Dilma seja reeleita, haverá a dificuldade de resistir à pressão empresarial,
que cresce a cada eleição.
Desse modo, é fundamental o fortalecimento e a
ampliação da bancada de parlamentares identificados com os movimentos sociais,
particularmente o sindical, seja para apoiar o governo do PT, na hipótese de
reeleição, seja para conter a investida das forças conservadoras, com ou sem a
reeleição.
Sem uma grande bancada comprometida com os pleitos dos movimentos sociais, dos assalariados e de suas entidades representativas, não será possível avançar em novos conquistas nem tampouco aprovar temas como reforma política e redução da jornada, eliminar os efeitos perversos do fator previdenciário e garantir proteção contra a despedida imotivada, além de ampliar a participação popular na formulação das políticas públicas, entre outros pontos de interesse dos movimentos sociais.
Logo, a participação no processo político e eleitoral é a única forma de influenciar na eleição de pessoas comprometidas com as causas e reivindicações dos movimentos sociais. O momento, portanto, é de disputa de projeto e de poder, e os movimentos sociais não podem nem devem se omitir nesse embate, pois as forças comprometidas com o capital e com o mercado financeiro já estão em campo, atuando para evitar a continuidade de um projeto que valoriza o setor produtivo e promove a inclusão social. É preciso evitar retrocessos.
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap
Sem uma grande bancada comprometida com os pleitos dos movimentos sociais, dos assalariados e de suas entidades representativas, não será possível avançar em novos conquistas nem tampouco aprovar temas como reforma política e redução da jornada, eliminar os efeitos perversos do fator previdenciário e garantir proteção contra a despedida imotivada, além de ampliar a participação popular na formulação das políticas públicas, entre outros pontos de interesse dos movimentos sociais.
Logo, a participação no processo político e eleitoral é a única forma de influenciar na eleição de pessoas comprometidas com as causas e reivindicações dos movimentos sociais. O momento, portanto, é de disputa de projeto e de poder, e os movimentos sociais não podem nem devem se omitir nesse embate, pois as forças comprometidas com o capital e com o mercado financeiro já estão em campo, atuando para evitar a continuidade de um projeto que valoriza o setor produtivo e promove a inclusão social. É preciso evitar retrocessos.
Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap
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