sábado, 25 de maio de 2013

SãoSebastião2013-parte1 - POR QUE O SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO COMPAROU...



APENAS O NOME DE UM IMPOSTO ESTADUAL, SEM CITAR O VALOR REPASSADO PELO ESTADO AOS MUNICÍPIOS QUE CITOU?

A resposta poderá estar na sutiliza das intenções. E não é de hoje, em anais de alguma conferência. Nos idos do 1º mandato, na igreja São Sebastião, respondendo às críticas por sua má gestão, o então prefeito Zé Pacheco dizia que o Município só recebia uma “merreca” de ICMS. Naquela época já não citava valores. De lá para cá, aqui, acolá e em além-mar, falam do FPM, sem – claro – citarem os valores. Também esquecem-se de citar todos os demais dinheiros municipais, a ponto de alguém desinformado achar que só exista o FPM como fonte de recurso municipal.
Mas o debate sobre o ICMS foi recuperado por Henrique Pacheco, Secretário Municipal de Planejamento, quando participava da Conferência da Cidade, nessa manhã. Ele comparou – nominalmente – o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), sem valores citar. Silenciou ainda sobre todos os demais valores da arrecadação municipal, inclusive nada disse sobre a arrecadação total entre os municípios que citou: Borá, São Sebastião e Piranhas.
Importante observar um detalhe para compreender as intenções. O Secretário é componente de família que tem 6 mandatos no executivo e, com exceção de um, todos os mandatos no legislativo. Mesmo com esse compreensível apego ao poder, ele disse que é muito difícil administrar o Município. Tentava dar a entender que São Sebastião tem poucos dinheiros e comparou e silenciou.  
Sem citar valores, perguntava como administrar São Sebastião, que tem 32 mil habitantes, com um ICMS menor que Borá, o município menos povoado do Brasil, com um pouco mais de 800 habitantes. Tentando convencer, não ficou só na comparação entre entes interestaduais. Passou a comparar “dentro de casa”. Continuando sem citar valores – possivelmente até para algum correligionário não saber - disse que é muito difícil administrar um Município com 52 povoados, ao contrário de Piranhas, que teria apenas 3 povoados, mas com um ICMS mais de 10 vezes superior ao nosso. Não citou o roubo de mais de R$16 milhões lá investigado recentemente, e que resultou na decretação da prisão de vários servidores, mas na soltura da ex-prefeita. 
O tributo que o Secretário comparou é um imposto estadual indireto, pois é cobrado sobre o preço das mercadorias que alguém comprar, sem que o consumidor saiba claramente o valor que paga. Do valor do imposto pago ao Estado, 25% dele são repassados pelo Estado ao município onde a compra foi efetuada.
No ano de 2011, o ICMS de Borá foi R$2.419.043,00 e o de São Sebastião R$2.646.630,19, e o de Piranhas R$25.674.519,73. Também emudeceu sobre os demais repasses (IPVA, royalties, IPI, Cide, saúde etc.) que cada Estado fez para cada município em 2011, totalizando: Borá, R$2.618.923,00 e São Sebastião, R$3.279.803,16, e Piranhas, R$27.316.342,38.
Disto, achas o quê?
Também nada foi dito pelo Secretário jovem sobre o total da movimentação financeira de 2011, quando Borá ficou com R$9.263.193,00 e São Sebastião abocanhou R$72.120.724,14 (como esta Ongue divulgou em maio do ano passado), e Piranhas levou R$52.866.575,87.
Mas...
Essas tamanhas diferenças, por quê?
Bem...
As respostas estão no que o Secretário omitiu da respeitável plateia!
No entanto...,
Isto será tratado na parte2 deste texto.
Obrigado por tê-lo lido!

Texto: Paulo Bomfim
Produção: Ongue de Olho em São Sebastião, Alagoas
Data: 20-05-2013, às 23:45 horas – 11ª matéria

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