quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

“POR QUE O SISTEMA NÃO FUNCIONA,


Se é administrado por 2 médicos?", pergunta participante do 13ºcom.

Mas a incômoda pergunta faz sentido. Todas as mulheres e muitos homens têm ou já ouviram ou ouvem fortes reclamações sobre o mau funcionamento do sistema de saúde municipal.

Essa tristeza torna-se gravíssima quando se sabe que temos um Prefeito e um Vice-prefeito, que são profissionais médicos.  "Apesar de bons médicos!", diria alguém mais preocupado com as más condições de saúde da população. Especialmente das mulheres e, dentre estas, a saúde das mulheres mais humildes.

Aqui há uma situação que permite a cada pessoa questionar o que estaria ocorrendo com a administração de 2 médicos. Depende apenas de cada são-sebastiãoense analisar os fatos. Arrecadamos muito mais e investimos muito menos. Como e por que é assim?

Segundo o Balanço Municipal, em 2017, as receitas somaram R$124.809.139,42. Desses milhões, R$17.362.017,64 foram destinados aos serviços de promoção da saúde e de prevenção e tratamento de doenças e infecções. Esse montante movimentado pela saúde deixou este Município na 14ª posição de arrecadação. Assim, só 13 dos 102 municípios alagoanos movimentaram mais que São Sebastião. Os demais 88 municípios arrecadaram menos dinheiro.

Considerando-se a movimentação anual, pode–se dizer que São Sebastião é um rico Município, que foi e continua a ser mal administrado. Mas... essa situação também ocorre em quase todos os 5.570 municípios brasileiros.

Tentando despertar e conscientizar a população sobre a existência de muito dinheiro e a estranheza dos investimentos ou despesas com os sistemas municipais de saúde, o CFM(Conselho Federal de Medicina) elaborou e divulgou um esclarecedor estudo que – cá para nós – nos envergonha.

São Sebastião é um dos 102 municípios alagoanos que, por pessoa, menos investe ou gasta com ações de saúde por cada habitante: R$180,06, por ano, considerando-se os valores de 2017. Esse pequeníssimo investimento ou gasto de R$108,06, por cada exercício e por cada pessoa, está muito abaixo da média nacional, que é de R$403,38, por pessoa, anualmente.

Os R$180,06, percápita, deixam São Sebastião como o 22º município alagoano entre os 102 existentes que menos investe ou gasta em saúde e o valor aplicado é inferior à metade da média nacional de R$403,38. Então, percebeu que 80 municípios alagoanos investem mais em serviços de saúde que São Sebastião?

Por conseguinte, urgentemente, precisamos debater sobre a causa de o porquê movimentarmos mais dinheiro do que 88 municípios alagoanos, mas investirmos bem menos do que 80 deles.

Para reflexão de cada são-sebastiãoense: já conhecemos candidatos e candidatas à Prefeitura ou à Câmara, por que nenhum deles e nenhuma delas faz esse necessário debate e diz como resolverá essa triste situação da nossa saúde e da nossa doença, se lá chegar?

Dos direitos humanos!

Por fim, esse tema foi um dos já debatidos nas aulas do 13ºCom [13º Curso sobre Orçamento Municipal (http://ptssal.blogspot.com/2018/11/curso-de-nocoes-de-orcamento-municipal.html)], cujas aulas acontecem às segundas-feiras e às sextas-feiras, às 19:30 horas, no Cecusa (Centro Cultural Salomé), localizado vizinho à rádio comunitária Salomé FM, 105,9 MHz, em São Sebastião.

Produção: Ongue de Olho em São Sebastião
Blogue: onguedeolho.blogspot.com – Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br
Redação: Paulo Bomfim – é um dos conselheiros municipais de controle social em São Sebastião
Data: 21-01-2019

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