quinta-feira, 2 de março de 2017

POR QUE TIRARAM A FARMÁCIA DO HOSPITAL?



No Sábado de Carnaval, 25-2, o programa radiofônico "Debate na Salomé" recebeu a ligação de Luís Araújo de Amorim, conhecido por “Luiz da Doação”. Segundo ele: precisou de atendimento de urgência no hospital deste Município e para lá se dirigiu.

Enquanto esperava para ser atendido, conversando com outros pacientes, tomou conhecimento que a farmácia que ali fornecia medicamentos para os pacientes - ou “farmácia do hospital” - tinha sido transferida para o prédio da Secretaria de Saúde. Ora, uma mudança dessa impede o acesso das pessoas aos medicamentos ou, no mínimo, dificulta bastante o recebimento da medicação, concluiu Luís Amorim.

Como essa é uma questão que diz respeito a maioria da população de São Sebastião, a reportagem da Salomé procurou apurar o fato. Assim, na Segunda de Carnaval, 27, esteve na residência do Luís da Doação para entrevistá-lo sobre o ocorrido.

“Após ser muito bem atendido pelo médico, perguntei ao doutor: esse medicamento eu vou pegar na farmácia aqui ou eu vou ter que comprar?”

O médico disse: esse primeiro você vai ter que comprar porque a farmácia não está funcionando mais aqui. Infelizmente! Esse medicamento você poderia achar na farmácia, só que tiraram a farmácia daqui caladamente.

“Sem consultar até os profissionais da área da saúde, que aqui trabalham. Se você quiser esse remédio daqui para domingo vai ter que comprar. Nem na segunda-feira (de Carnaval) você vai ter. Pois a farmácia só vai funcionar depois do Carnaval”.

Segundo Luís Amorim, o próprio médico deixou claro ser um absurdo tirar a farmácia de urgência-emergência de dentro do hospital, onde funcionava praticamente 24 horas e levá-la para o prédio da Secretaria, que funciona só de segundo a sexta.

No momento do atendimento estavam cerca de 5 pessoas. Elas também se manifestaram contrários à mudança da farmácia, “inclusive, foi marcado para irmos falar com a imprensa”.

Por que tiraram a farmácia de dentro do hospital, perguntou a reportagem? Tiraram a farmácia de lá simplesmente porque quiseram tirar, sem a opinião de nenhum médico ou funcionário da saúde, respondeu o senhor Luís.  A farmácia deve retornar ao seu local de origem.

O prefeito Zé Pacheco ou o Secretário Erivânio Curtinho devem ser humildes e voltarem a farmácia, pois era no hospital que ela servia e razoavelmente atendia a população nos momentos de precisão, arrematou ele. “A pessoa precisa da farmácia e dos medicamentos é no momento em que ela é atendida no hospital e não depois ir pegar na Secretaria, até porque ela (a farmácia) pode está fechada, à noite ou em algum fim de semana ou mesmo feriado”, disse Luís.

Teve uma mulher, residente no povoado Malhada da Onça, região Oeste do Município, que o medicamento que o doutor passou para ela custava R$49,00. Na farmácia municipal ela poderia pegar gratuitamente.

Após a história vir à tona, a reportagem conversou com diversas pessoas para tentar descobrir a real motivação da mudança. Não conseguiu! Mas percebeu que há muita desconfiança no ar, inclusive que a mudança poderia servir para aumentar as vendas de remédios nas farmácias. Uma das pessoas, até ligada à administração, insinuou que a família do Secretário seria uma das mais beneficiadas com a venda de medicamentos, em detrimento das demais farmácias.

Enfim, nessa absurda história político-administrativa, a prejudicada é a população em geral e especialmente o povo eleitor.

Eis o lenga a lenga que não se esperava acontecer entre dois médicos: os adeptos do prefeito-médico Zé Pacheco acusam o secretário-médico Erivânio Curtinho pela triste mudança. Os adeptos do Secretário acusam o Prefeito.

E agora... José?, perguntaria o saudoso poeta.

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