No Sábado
de Carnaval, 25-2, o programa radiofônico "Debate na Salomé" recebeu a ligação de Luís
Araújo de Amorim, conhecido por “Luiz da Doação”. Segundo ele: precisou de
atendimento de urgência no hospital deste Município e para lá se dirigiu.
Enquanto
esperava para ser atendido, conversando com outros pacientes, tomou
conhecimento que a farmácia que ali fornecia medicamentos para os pacientes - ou
“farmácia do hospital” - tinha sido transferida para o prédio da Secretaria de
Saúde. Ora, uma mudança dessa impede o acesso das pessoas aos medicamentos ou,
no mínimo, dificulta bastante o recebimento da medicação, concluiu Luís Amorim.
Como
essa é uma questão que diz respeito a maioria da população de São Sebastião, a reportagem
da Salomé procurou apurar o fato. Assim, na Segunda de Carnaval, 27, esteve na
residência do Luís da Doação para entrevistá-lo sobre o ocorrido.
“Após ser muito bem atendido pelo médico, perguntei
ao doutor: esse medicamento eu vou pegar na farmácia aqui ou eu vou ter que
comprar?”
O
médico disse: esse primeiro você vai ter que comprar porque a farmácia não está
funcionando mais aqui. Infelizmente! Esse medicamento você poderia achar na
farmácia, só que tiraram a farmácia daqui caladamente.
“Sem
consultar até os profissionais da área da saúde, que aqui trabalham. Se você
quiser esse remédio daqui para domingo vai ter que comprar. Nem na segunda-feira
(de Carnaval) você vai ter. Pois a farmácia só vai funcionar depois do Carnaval”.
Segundo
Luís Amorim, o próprio médico deixou claro ser um absurdo tirar a farmácia de
urgência-emergência de dentro do hospital, onde funcionava praticamente 24
horas e levá-la para o prédio da Secretaria, que funciona só de segundo a sexta.
No momento do atendimento estavam cerca de 5
pessoas. Elas também se manifestaram contrários à mudança da farmácia, “inclusive,
foi marcado para irmos falar com a imprensa”.
Por
que tiraram a farmácia de dentro do hospital, perguntou a reportagem? Tiraram a
farmácia de lá simplesmente porque quiseram tirar, sem a opinião de nenhum
médico ou funcionário da saúde, respondeu o senhor Luís. A farmácia deve retornar ao seu local de
origem.
O
prefeito Zé Pacheco ou o Secretário Erivânio Curtinho devem ser humildes e voltarem
a farmácia, pois era no hospital que ela servia e razoavelmente atendia a
população nos momentos de precisão, arrematou ele. “A pessoa precisa da
farmácia e dos medicamentos é no momento em que ela é atendida no hospital e
não depois ir pegar na Secretaria, até porque ela (a farmácia) pode está
fechada, à noite ou em algum fim de semana ou mesmo feriado”, disse Luís.
Teve
uma mulher, residente no povoado Malhada da Onça, região Oeste do Município, que
o medicamento que o doutor passou para ela custava R$49,00. Na farmácia
municipal ela poderia pegar gratuitamente.
Após a
história vir à tona, a reportagem conversou com diversas pessoas para tentar
descobrir a real motivação da mudança. Não conseguiu! Mas percebeu que há muita
desconfiança no ar, inclusive que a mudança poderia servir para aumentar as
vendas de remédios nas farmácias. Uma das pessoas, até ligada à administração, insinuou
que a família do Secretário seria uma das mais beneficiadas com a venda de
medicamentos, em detrimento das demais farmácias.
Enfim,
nessa absurda história político-administrativa, a prejudicada é a população em
geral e especialmente o povo eleitor.
Eis o
lenga a lenga que não se esperava acontecer entre dois médicos: os adeptos do
prefeito-médico Zé Pacheco acusam o secretário-médico Erivânio Curtinho pela triste
mudança. Os adeptos do Secretário acusam o Prefeito.
E
agora... José?, perguntaria o saudoso poeta.
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