No último domingo aconteceu a 1ª eleição unificada para os conselhos tutelares em todo o País. As eleições em Alagoas, com exceção de dois municípios, foi direta. Muita gente compareceu para votar, surpreendendo a todos e todas, vez que esse voto, apesar de sua suma importância para a rede de proteção social da infância e da adolescência, não era obrigatório. Assim, a população compareceu para exercer o seu direito de escolher 5 conselheiros para os próximo 4 anos de mandato.
Mas a questão mais comentada não foi o forte comparecimento do eleitorado e "sim a 'compra de voto', que permitiu eleger alguns candidatos.
Outra questão que não pode passar despercebida é a invisibilidade eleitoral feminina, mesmo em uma eleição para o nosso Conselho Tutelar. Tínhamos boas candidatas, mas nenhuma delas foi eleita e sequer ficaram na 1ª suplência. Assim, o que o resultado da eleição está a indicar é que ficaremos 4 anos sem a participação de nenhuma mulher no Conselho Tutela. Segundo pesquisa feita pela reportagem, essa é a 1ª vez que o fato acontece.
Mas, por que nenhuma mulher foi eleita para o Conselho Tutelar?
Segundo vários estudos sobre a invisibilidade eleitoral feminina, dentre os vários motivos de dificuldades eleitorais das mulheres, possivelmente o maior deles seja o machismo que impera na sociedade e atinge fortemente o próprio agir feminino.
Na Câmara Municipal, atualmente, todos os 13 cargos são exercidos por homens, apesar de uma mulher ter sido eleita. Segundo diversos estudos, a dificuldade não é superada facilmente porque em várias oportunidades as mulheres eleitas não demonstraram e tiveram uma prática diferenciada dos homens, o que era muito esperado. São Sebastião já viveu essa experiência, no Executivo, e vive há bastante tempo na Câmara Municipal.
No entanto, já existem debates para a modificar a lei municipal que regulamenta a composição do Conselho Tutelar, no sentido de incluir a questão de gênero, reservando ao menos duas vagas - ou 40% das vagas - para cada um dos sexos. Assim, com a criação dessa quota, poderíamos ter duas mulheres ou dois homens em cada conselho e não um conselho composto por por mulheres ou por homens.
Mas...
Qual parlamentar dos nossos 13 irá tomar essa iniciativa?
A seguir você lerá um belo texto da doutora Valdênia Lanfranchi, sobre o "Voto pelas Crianças" e adolescentes, naturalmente. Ele foi publicado na revista Família Cristã, edição de outubro-2015. Ela é uma das ótimas colunistas da referida revista, que serve sempre de pauta para a rádio comunitária Salomé FM, 105,9 MHz.
Um conselheiro reeleito em São José da Tapera, Município da região do Alto Sertão alagoano, leu a matéria e informou que no mandato que se encerra não há nenhuma mulher a integrar o Conselho.
ResponderExcluirTodavia, na eleição do último dia 4, uma mulher foi eleita. Assim, o futuro Conselho será composto por 4 homens e uma mulher.
Ele achou interessante o estabelecimento de quota de gênero, que poderia ampliar os espaços para a atuação da mulher, de "forma consequente e diferenciada dos homens".
Informou ainda que são verídicas as informações sobre o atraso salarial dos conselheiros naquele Município.