Alertando com um
“se manca malandro”, para essas estórias de que o Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) diminuiu. Dá preocupação perceber gente concordando com
falácias.
Talvez, essa
absurda mania de crê inacreditável e xingar em vez de debater seja um dos
motivos por que Alagoas ostenta o pior Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDH-M) e os nossos municípios estejam a oferecer as piores condições
de vida do País, apesar de muitos deles movimentarem muito mais dinheiro
anualmente.
Nesse 19 do agourento ou do sortudo agosto,
mais uma vez, lemos e ouvimos mentiras de parte da nossa classe política. Se
aqui não vivêssemos ou convivêssemos ou, principalmente, não sobrevivêssemos,
daria para perguntarmos o porquê de uma entidade que usa dinheiro público
municipal mentir para quem paga a conta.
Não!
A Associação dos
Municípios Alagoanos (Ama), que desama, em verdade vos digo, não poderia jamais
dizer que o FPM diminuiu. No entanto, a fábula repete-se, apenas. Para a
aparente crença de muita gente.
Há muito tempo, sem
muito esforço, sabe-se que os dinheiros municipais sempre aumentam, apesar das
oscilações mensais para mais ou para menos. No somatório final, jamais diminuíram.
Para a imprensa e a
população não comprovarem esse fato é que não efetivam a legislação da
transparência administrativa e a legislativa também. Com descarada sutileza,
“esquecem” de citar todos os montantes e quantos são.
Quais seriam e por
que, então, não dizem os montantes mensais ou mesmo anuais da renda própria
municipal, da transferência do Estado e do repasse da União?
Como em outros
textos, alertam-se a alguns poucos desinformados e questionam-se a algumas
fortes omissões ou conivências, afirmando-se que até prova em contrária sequer
o FPM diminuiu. Menos ainda o conjunto de todos os dinheiros.
Recentemente, no
início desse agosto, este Fórum de Controle de Contas Públicas em Alagoas
(Foccopa) realizou em
Campo Alegre , no Distrito Luziápolis, o Vigésimo Seminário
sobre Orçamentos e Balanços Municipais (Sobam).
Lá as poucas
pessoas presentes constaram que os dinheiros municipais sempre aumentam e em
todos os municípios. Apesar de oscilações mensais, que qualquer bom
planejamento saberia que aconteceria, em razão da variação do consumo e dos
serviços, e, portanto, da arrecadação de tributos.
Foi, então, com
estranha surpresa que nessa manhã de 19 lemos em jornais, saites e blogues, e
em rádios ouvimos que o FPM teria diminuído. E agora, na tentativa de convencer
a quem quer se deixar enganar, acrescenta-se mais um leque de sofredoras
senhoras alagoanas, como a real grande parte de nossas respeitáveis mulheres:
as câmaras municipais. A tentativa, acredita-se, só não foi mais frustrante
porque nela também esqueceram de dizer que o dinheiro da câmara é proporcional
à arrecadação.
Mas, enfim, fomos
tirar uns aparentes alguém duvida. Consultamos no saite do Banco do Brasil
Sociedade Anônima a arrecadação ou o repasse do FPM, fundo composto pela soma
dos tributos federais: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do
Imposto de Renda de Pessoas Físicas e Jurídicas (IRPF e IRPJ), que, para além
dos gastos municipais, aparentemente banca também inverdades.
E engano algum
houve. No período de 1º a 20 de agosto, referente aos exercícios de 2012 e de
2013, em relação aos municípios que foram objeto dos debates do 20º Sobam, a
nossa história também se repetiu.
E aí?
Bem...
Ou o saite dá
informações equivocadas ou alguém está lorotando e outros engolindo - e não é
uma boa alimentação - diria o meu saudoso tio Salú, quando vendia criações na
feira do Mucambo. O mais interessante foi que praticamente todos e todas achavam
que o Presidente da Ama, Marcelo Beltrão, Prefeito de Jequiá da Praia, não
estava utilizando subterfúgios para justificar algo não dito por muita gente à
empobrecida população alagoana.
Por favor, leia a
tabela abaixo, reflita e retire da mesma as suas importantíssimas conclusões.
AumentoDoFundoDeParticipaçãoDosMunicípios
– tabela V
Município
|
1º
a 20-8-2012
|
1º
a 20-8-2013
|
Campo Alegre
|
1.092.068,11
|
1.360.213,65
|
Coruripe
|
1.092.068,11
|
1.360.213,65
|
Teotônio Vilela
|
893.510,27
|
1.112.902,07
|
São Miguel dos Santos
|
1.092.068,11
|
1.360.213,65
|
Roteiro
|
297.836,76
|
370.967,35
|
Penedo
|
1.092.068,11
|
1.360.213,65
|
Jequiá da Praia
|
397.115.58
|
494.623,16
|
Junqueiro
|
694.952,43
|
865.590,50
|
São Sebastião
|
794.231,35
|
982.246,28
|
E atenção,
desatenções: os valores finais só não são mais altos porque o resultado das más
gestões fica patenteado no currículo de cada gestor(a), quando lemos os
descontos de indevidas dívidas para com o INSS e o FGTS dos trabalhadores e das
trabalhadoras municipais.
Assim, este Foccopa
- uma articulação de algumas poucas entidades da sociedade civil organizada e
até desorganizada – espera ter contribuído para alguma reflexão, cabendo a cada
um acreditar no que quiser, mas sem chorar poder depois.
Produção: Fórum de
Controle de Contas Públicas em Alagoas (Foccopa)
Redação: Paulo
Bomfim
Data: 19-08-2013, à
noite
Fonte: Matérias da imprensa em geral e da página
do BB na internete.
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