Ontem – Dia Mundial do Pobre - falamos na volta da
fome no Brasil.
A volta da triste e da mortal fome é o resultado
das ações do atual governo brasileiro e de seus apoiadores, aqui, ali e acolá,
e até d'além mar.
Hoje, do chamado entorno de Brasília, no Distrito
Federal, uma rádio comunitária divulga o desmaio de um estudante dentro de uma
escola.
A doença diagnosticada: fome!
O mais triste é que praticamente ninguém fala sobre
os diversos aspectos da merenda escolar, inclusive de seus muitos dinheiros.
Aqui, em São Sebastião, até outubro, o dinheiro da merenda escolar
foi de R$561.265,20.
Mas...
Alunos e alunas informam que comem amendoim
cozinhado e bolacha com quissuco.
Será correta e boa a qualidade nutricional dessa
alimentação escolar?
A seguir você pode ler a matéria também divulgada
pela internete, inclusive na gazetaweb.com:
“Mãe de menino que desmaiou
de fome fala sobre dificuldade de 'ser mãe e pai'
A mãe do menino de 8 anos, que desmaiou de
fome em uma escola pública do DF na última semana, falou pela primeira vez
sobre o caso, neste sábado (18). Leidiane Amorim tem 29 anos, cuida de seis
filhos, e está desempregada. Um outro filho da ex-catadora mora com a avó, no
Ceará. "Eu sou o pai e a mãe deles. Sou tudo ao mesmo tempo."
Leidiane vivia com a família em um barraco
em uma área invadida no Noroeste, região nobre do Plano Piloto, em Brasília.
Como estava perto do centro da capital, ela trabalhava como catadora de lixo
reciclável. Há um ano foi contemplada com um apartamento do programa Minha Casa
MInha Vida no Paranoá Parque e se mudou para o condomínio, a 28 km da área
central.
No condomínio, moram cerca de 6 mil
famílias, mas não há escola. Por conta disso, os filhos de Leidiane, assim como
outras 250 crianças - todas de famílias de baixa renda - estudam no Cruzeiro,
que fica a 30 km de distância. Também não há emprego na região, dizem os
moradores que receberam as chaves do programa habitacional.
Leidiane recebe R$ 946 de programas
assistenciais. Ela explica que não consegue pagar todas as contas e ainda
comprar roupas e comida para os seis filhos com idades entre 2 e 13 anos.
"São R$ 138 de água e condomínio, R$ 80 da parcela [do apartamento], a
energia vem um absurdo, vem R$ 70 ou R$ 80".
A filha mais velha, de 13 anos, diz que é
comum que ela e os irmãos vão para a escola com fome. "A barriga da gente
fica doendo de tanta fome . A gente fala pra professora, mas ela não tem como
resolver."
Nesta semana, depois da repercussão do
desmaio de um dos filhos de Leidiane, a escola e voluntários doaram alimentos
para a família. Neste sábado (18), o governador Rodrigo Rollemberg disse que o
problema é pontual da família, e não da escola.
Mesmo assim, o GDF diz que vai entregar uma
cesta básica e mais um auxílio vulnerabilidade de seis parcelas de R$ 408 para
Leidiane. Uma equipe de nutricionistas também foi à escola, e a Secretaria de
Educação estuda mudanças no cardápio dos alunos que moram longe do colégio.
Especialista questiona - Para o especialista em educação Afonso
Galvão, o caso do menino revela um problema sistêmico. "É uma dívida que é
reflexo de nossa situação de desigualdade extrema. Eu acho que essa situação
tem que ser resolvida de um modo mais competente. Não é com soluções medíocres,
não é com soluções, desculpe a expressão, 'meia boca', que se vai resolver
isso", afirma. "O governo não pode ajudar essas pessoas que estão
desassistidas, que estão em situação de extrema pobreza, pela metade."
De acordo com Galvão, o governo não deveria,
por exemplo, oferecer uma condição de moradia onde o contemplado tem que pagar
uma prestação que muitas vezes não consegue. "Para manter a casa ele vai
tirar dinheiro de um aspecto fundamental, que é a própria alimentação das
crianças e adolescentes".
Ele também contesta o entendimento do GDF de
que a fome não é um problema da escola. Segundo Galvão, "a escola é um
epicentro de proteção à criança e ao adolescente, e todas as políticas, as
educacionais e sociais também, elas devem ter como centro de desenvolvimento o
espaço escolar", afirmou. "É na escola que se observa se a criança
está com um comportamento estranho, se a criança está mal nutrida, se a criança
está com qualquer tipo de problema."
Para o especialista, políticas sociais devem
ser desenvolvidas a partir da escola. "O espaço escolar deve ser um lugar
onde as crianças sejam devidamente protegidas e tenham um ambiente acolhedor
capaz de fazer com que a sua capacidade cognitiva seja otimizada",
explica.
Galvão diz ainda que acredita que o caso do
filho de Leidiane seja uma exceção, mas chama o episódio de "uma metáfora
da crise do sistema educacional". "Ao que parece, é uma escola que
recolhe as crianças às 11h para uma aula que começa às 13h30. Evidentemente,
não há condições de almoçar direito [...] e eles vão ter merenda só mais tarde.
Com isso, lógico, ela vai ficar prejudicada em sua capacidade de aprender e
prejudicada também em sua própria capacidade de condição humana, de
desenvolvimento humano".”
>http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2017/11/mae-de-menino-que-desmaiou-de-fome-fala-sobre-dificuldade-de-ser-mae-e-pai_44257.php