A “Mídia (Rádio Comunitária) e Direitos [humanos (sociais, individuais, econômicos, políticos, culturais, orçamentários, eleitorais, fundamentais, ambientais, trabalhistas etc.)” são temas a ser tratados na nossa atuação como comunicadores e comunicadoras comuntiári@s. Com o debate sobre eles, se procura melhorar as condições de vida da população em cada município, inclusive as nossas próprios condições.
Infelizmente, muitos desses temas são silenciados e são invisibilizados por nós mesmos, comunicadores e comunicadoras comunitári@s.
Por isso, é preciso que façamos um pouco de esforço e algumas leituras a respeito dos temas, pois “só tocar música e mandar abraços a ouvintes”, como disse uma comunicadora de Santa Catarina, não atende a dimensão de o porquê existir rádio comunitária.
Sempre soubemos disso, mas nesse momento de renovação da outorga da Ongue, vimos como é difícil cumprir as exigências da lei e os objetivos e as finalidades da própria rádio comunitária. Por muito pouco, inclusive por essa falta de leitura, não conseguiríamos renovar a outorga, apesar de termos a licença de funcionamento. Algo bem triste”, reconheçamos.
Mas, a partir de agora, é preciso que cada comunicador e cada comunicadora compreenda que precisa falar sobre os direitos humanos na programação que apresenta e deixe claro que apresenta o programa em nome de determinada entidade (igreja, associação, movimento, sindicato etc.), sempre lembrando que a programação vai ficar gravada, para fiscalização da Anatel e do Minicom.
Assim, o livro (“Mídia e Direitos Humanos”), que a Ongue vai imprimir e distribuir, por partes, para facilitar a sua leitura e o debate sobre ele, precisa ser lido por nós.
Naturalmente, sabemos que alguns não sabem ler, porque não tiveram o direito humano à escola garantido por administradores e legisladores municipais. Mas a culpa não é só deles, é até de nós comunicadores e comunicadoras também.
Na época da sua publicação o livro causou uma grande surpresa, pois trouxe os direitos das infâncias e das adolescências à pauta, trazendo a questão da invisibilidade sobre as juventudes para dentro da imprensa.
Foi um sucesso!
E as diversas questão das infâncias e das adolescências passaram a ser tematizadas com certa constância. Duas delas foram a falta de escolarização na época própria e a questão da gravide precoce, também chamada de inoportuna, pois até poderia ser querida pelo jovem casal.
No âmbito de suas finalidades e competências, o Conselho Comunitário irá acompanhar as leituras e a capacitação de comunicadores e de comunicadoras.
Boa capacitação para todas e todos.
São Sebastião, Alagoas, Inverno, 2008
Produção: Ongue de Olho em São Sebastião
Contatos- imeio: ongdeolhss@bol.com.br – blogue: onguedeolho.blogspot.com
Atualização: 8 de outubro de 2020